Farmacêutica da UBS Jd. Apurá auxilia em parto de emergência

Intervenção destaca a importância da colaboração dos profissionais de saúde em situações críticas

A farmacêutica Juliane Batista Pereira, da UBS Jardim Apurá, viveu uma das experiências mais marcantes de sua vida em 10 de julho de 2024, quando precisou ajudar uma mãe que havia acabado de dar luz naquele instante. “Este não é apenas um relato de parto, mas também um verdadeiro milagre”, avalia.

Ela conta que, naquele dia, estava realizando visitas domiciliares com a Agente de Saúde Sandra. As duas orientavam pacientes com polifarmácia e doenças crônicas, especialmente hipertensos. Durante o percurso, foram interrompidas pelos gritos desesperados de uma mulher, que gritava por socorro, mencionando apenas os termos “Pressão Alta”.

Juliane inicialmente pensou que poderia estar sendo confundida com uma médica ou enfermeira. Ao chegarem ao local, encontraram a mãe, Adriana Neves de Souza Machado, que havia acabado de dar à luz com a ajuda de uma vizinha. Ela estava inconsciente, deitada no sofá e coberta de sangue. “Peguei imediatamente o bebê nos braços enquanto a mãe permanecia com os olhos fechados, mãos rígidas e extremidades geladas”, conta.

Diante do desespero da família e dos vizinhos, a farmacêutica orientou que fossem acionados o SAMU, Bombeiros e Polícia. Após cerca de 40 minutos sem a chegada da ambulância e com a condição da mãe se deteriorando. “Aferi a pressão arterial, que estava em 90 x 70 mmHg, e continuei orientando, para manterem a mãe lateralizada e o bebê aquecido”, relata.

Durante esse tempo crítico, Juliane conversou com a mãe, pedindo-lhe que lutasse e se mantivesse viva. “Coloquei o bebê próximo à mãe e pedi a Deus serenidade para continuar auxiliando. Ao falar sobre a beleza de sua filha e a necessidade dela, as lágrimas escorriam pelo meu rosto. Para minha surpresa, a mãe abriu os olhos e começou a chorar, mostrando que ainda estava consciente”, afirma.

Sem sinal da ambulância, a equipe decidiu transportar a mãe para o Hospital Geral de Pedreira (HGP) em um carro particular e com a ajuda de vizinhos. Durante o trajeto, a mãe convulsionou. Juliane orientou a lateralização da mãe e tentou controlar a hemorragia, removendo parcialmente a placenta retida. Ao chegarem ao hospital, com a ajuda de uma auxiliar de enfermagem conhecida, a mãe foi imediatamente encaminhada ao centro obstétrico.

Duas horas depois, Juliane recebeu uma mensagem de áudio da mãe, agradecendo pelo suporte. Ela e a filha, que recebeu o nome de Sarah, estavam bem e sem sequelas. “Sinto que fui abençoada infinitamente. Não era necessário ser médica ou enfermeira para fazer a diferença, pois bastou ser a farmacêutica que sou, com amor ao próximo. Estava exatamente onde precisava estar”, relata, emocionada. “Esse não é um relato de parto apenas, mas sim um verdadeiro milagre.”